Monólogo A Dois

sábado, junho 26, 2004

PEDIDO

Se, por acaso, vierem a saber que eu fundei um restaurante com o nome "Stallone" ou até "Chaimite"... por favor, internem-me nesse exacto momento.

Se o chamar de "Cristina Caras Lindas" ou até de "Serenella Andrade" , matem-me ali mesmo.

Obrigado,

A gerência (ou pelo menos metade dela)
|| Filipe Marques @ 03:05 ...:::

terça-feira, junho 22, 2004

OS CROATAS SALTITÕES

Ontem, enquanto me deslocava na minha viatura de uma roda pela Avenida da Liberdade, pude constatar que alguns dos croatas tinham um tempo de salto bem superior a setenta centímetros. Aliás, alguns lá andavam a apanhar laranjas das árvores da avenida, saltando a uma altura de dois minutos e meio. Ora, como imaginam, é complicado para uma pessoa séria e mentalmente sã conseguir conduzir a sua roda sem se distrair dos semáforos e das senhoras vestidas de camisola roxa com grande decote e mini-saia com padrão leopardo (mas sem pintas, porque aquele tinha uma doença)... Ora, qual não é o meu espanto quando, sem mais nem menos, me aparece uma dessas senhoras à frente do meio de locomoção e me provoca uma queda.

"Ah e tal, você deve ser maluco! E tudo o resto... e estava vermelho. Pois. Para si, pois. Olhe para isto!"

Quer dizer, já não bastava ter de me aguentar com os croatas a roubarem a minha cidade, ainda tinha de me vir esta senhora que não conheço de lado nenhum chatear-me porque passei o sinal vermelho! Eu disse-lhe, como é óbvio:

"Ah pois! Mas sabia que a Croácia já fez parte da Jugoslávia?"

E ela ficou de boca aberta. Eu sabia que aquele argumento nunca falhava quando atropelava senhoras vestidas de camisola roxa com grande decote e mini-saia com padrão leopardo (mas sem pintas, porque aquele tinha uma doença) àquela hora da noite, com o meu veículo não poluente, por causa de uma série de croatas saltitões. Mas o pior aconteceu depois... quando eu, depois de dar uma tareia na senhora por ela insistir naquela história ridícula de eu ter passado o vermelho (o altruísmo puro tomou conta de mim e tive de ensinar a senhora que se olha sempre para a estrada antes de se atravessar), fui ter com os croatas. Perguntei-lhes, em servo-croata, claro está:

"Então, pá? Qual é a vossa, pá? Então andam para aqui aos saltos a roubar laranjas da Av. da Liberdade?"

E eles, muito ofendidos, responderam-me:

"Olhe, caro senhor, nós somos de uma empresa de estudos de mercado e estamos a avaliar a viabilidade da importação de laranjas para a Croácia, se não se importa. Não estamos a roubar, estamos a recolher. E temos autorização do Dr. Pedro Santana Lopes."

Por momentos, senti que a minha vida não tinha mais rumo. Senti a brisa e, por alguns momentos, ouvi no ar a Céline Dion a cantar "My Heart Will Go On"... mas recuperei e, ao som (mais uma vez a sentir a brisa, desta vez transformada em vendaval) do "Eye of The Tiger" e enquanto uma lágrima me escorria pelo rosto, gritei bem alto para o mundo ouvir:

"O Presidente da República não é católico!!!"

Em servo-croata, claro está. Que, como se sabe, é a língua mais falada em toda a região da américa latina.

E eles pagaram-me um copo. Não percebo porquê. Mas pagaram mesmo. Numa pastelaria que, por acaso estava aberta àquela hora. E veio a senhora vestida de camisola roxa com grande decote e mini-saia com padrão leopardo (mas sem pintas, porque aquele tinha uma doença) e trouxe também o Pinóquio e a recordista do guiness "formiga com maior barba loira".
|| Filipe Marques @ 17:32 ...:::

domingo, junho 20, 2004

A PROCURA DA FELICIDADE

Ontem aproximou-se de mim um fulano com ar triste, relativamente bem vestido e com barba de três dias. Perguntou-me:

"Você sabe dizer-me se eu vou ser feliz no futuro?"

E eu, apesar de surpreendido, respondi-lhe de forma sábia e sensata:

"Caro amigo, a sua felicidade só depende de si. Não a faça depender do que eu lhe possa dizer. A busca da felicidade será sempre um dos grandes dilemas do ser humano. A forma como havemos de a procurar é uma das dúvidas que atormenta (e atormentará, meu caro) a humanidade. Devemos guerrear pelo que queremos? Ou devemos conquistá-lo pelo coração? Será a vida um mero instrumento para mantermos a sanidade enquanto esperamos pela morte? Tente compreender-se. Defina a sua forma de estar. Defina-se. Mas provavelmente, você está somente bêbedo."*

O fulano, após ter escutado atentamente as minhas palavras... e após ter reflectido durante dois minutos (em silêncio) sobre o maravilhoso discurso que tinha ouvido, perguntou:

"Mas você não é a Maya?"

* Destaco o facto de eu, com a minha fantástica memória (e para além disso, sou giro), me lembrar EXACTAMENTE do que disse ao fulano.
|| Filipe Marques @ 15:59 ...:::